Leite Derramado


Muito boa a crítica do Júlio Pimentel (Paisagens da Crítica) sobre o novo livro de Chico Buarque, "Leite Derramado". Ao contrário da grande maioria das pessoas, ele conseguiu ser imparcial e olhar esta obra com "outros olhos".

Segue o texto do Júlio:



"Leite derramado exige, antes de qualquer comentário, uma conversa prévia. A dois, apenas: você, leitor, e eu.

Imagine que você acabou de chegar de um lugar intocado pela poderosa máquina de divulgação dos lançamentos da editora. Talvez de um país estrangeiro.

Imagine, também, que você é alheio às notícias do mundo do entretenimento e da música popular; que só conhece a clássica e, vá lá, o jazz.

Imagine, ainda, que você não tem vínculo político com qualquer grupo político, nem se interessa pela instrumentalização da ficção ou pelo repertório de valores, mitos e crenças de partidos, facções e panelinhas acadêmicas.

Imagine, finalmente, que você gosta de ler e tem algum conhecimento da ficção produzida no ocidente nos últimos, digamos, cinqüenta anos.

Imagine, para completar (ufa!), que você pousou nesse instante, vindo desse lugar inimaginável, e caiu numa livraria, onde comprou Leite derramado. Curioso diante da capa sóbria e duplicada e da bela edição, você resolve lê-lo – afinal, desconectado da mídia e dos clubismos, sobra-lhe bastante tempo para que leia tudo, ou quase tudo, que lhe chega perto.

E você o lê, do princípio ao fim, sem saltar uma palavra ou um capítulo.

Agora, me diga: o que achou?

Sei: a leitura é fluida e agradável. Que bom! O autor sabe, sobretudo, criar e manejar metáforas e é a predominância delas que caracteriza seu estilo. A ponto de impor-se sobre o desenvolvimento da trama e compensar os vazios na estrutura narrativa. É?

Entendi: você acha que é um bom livro, que vale pelo divertimento das duas ou três horas que dura a leitura. Que beleza! Mas como assim “vai esquecê-lo logo”? Por quê?

Ah, você achou que o título é um clichê? E que os personagens são caricaturais e superficiais? Sei, sei. E também achou que a fragmentação do relato e a variação entre temporalidades são recursos inteligentes, mas meio óbvios? Que eles facilitam a escritura porque tornam desnecessário o encadeamento da narrativa? Entendi, entendi.

Mas me conte uma coisa, leitor imaginário: você não acha que só um gênio literário pensaria colocar a voz narrativa num personagem moribundo que, ainda por cima, simboliza a elite decadente de um país miserável?

Não acha? Como não?

Ah, a ficção está cheia de leitores moribundos que alternam temporalidades em seu relato do passado? Ah, Philip Roth escreveu, faz pouco tempo, um livro exatamente assim? Não diga! E o narrador de Philip Roth é mais complexo e sua narrativa, bem melhor articulada. Puxa…

Mas lhe garanto, leitor querido, que Roth não colocou seu personagem na história. Tenho certeza de que ele se manteve no registro da intimidade, nunca no terreno pantanoso do coletivo! Ah, colocou? E a história não precisava ser ostentada para que o leitor percebesse? Claro, claro. Só que isso exige um leitor mais atento, não é? Bom, pelo menos nesse ponto concordamos.

De qualquer forma, caro leitor imaginário, a perspectiva sobre a elite hegemônica decadente é corrosiva, não é?

É mesmo? Você não achou? O quê? Carlos Fuentes já fez isso, há quase cinqüenta anos? E sua história não facilitava a leitura porque exigia mais reflexão e argúcia do leitor? Nossa! Além disso, o livro de Fuentes não era previsível? Por quê? Você achou Leite derramado previsível? Não brinque: já tinha clareza do que ia acontecer desde o terceiro ou quarto capítulo? E mesmo assim foi até o fim?

Sei: você gosta de ler e continua a achar que se divertiu durante a leitura. Ah, você acha que a leitura não vale apenas quando estamos diante de um tremendo livro? Bem, nesse ponto também concordamos.

Só que agora vou lhe contar uma coisa, leitor imaginário e, óbvio, impossível.

O autor do livro é um conhecido e importante compositor da música popular brasileira. Letra e música. Já escreveu outros livros. A maioria deles, inexpressiva. Mas, no último, fez uma história bem elaborada, inventiva e inteligente. Chegou a ganhar prêmios por causa dele. O livro se chamou Budapeste. E lhe asseguro: era mesmo muito bom. Não, nem de perto chegou a ser o melhor daquele ano, mas era muito bom.

E digo ainda mais: o lançamento de Leite derramado contou com uma inacreditável cobertura da imprensa brasileira. Já vendeu muito e venderá muito mais. Ganhará prêmios e será traduzido para inúmeros idiomas, talvez até para o húngaro, única língua que o Diabo respeita – coisa que aprendi, aliás, em Budapeste.

Se não bastasse, a maior parte das resenhas elogiou Leite derramado. Houve até quem o comparasse a Machado de Assis. Você conhece Machado de Assis? Conhece e não vê como alguém possa associar um e outro? Puxa, leitor, nem sei o que dizer. Achei que era verdade…

Agora confesso que fiquei confuso. Sei lá. Acho que vou ter que ler o livro para ver se você tem mesmo razão ou se é apenas intolerante e, diriam alguns, elitista.

Sou capaz até de ler Indignation e A morte de Artemio Cruz para ver se de fato têm tanto em comum, embora anteriores e superiores a Leite derramado.

Mas ler três livros é duro. Não sei se agüento. Pouca gente no Brasil faz isso. Esse, afinal, é um país que tem que crescer. Quanto tempo isso vai me tomar? Não dá para perder tanto tempo lendo. E para quê, afinal? Se quase todo mundo diz que Leite derramado é bom, claro que é. Para isso é que existe a crítica: para orientar os leitores, ora.

Claro! E mais fácil do que ler três livros (e dois deles, ainda por cima, são complexos: vai demorar…) é concordar com os resenhistas. Ou ouvir uma boa música, bem cheia de metáforas, coisa que dá para fazer até de olho fechado. E, em vez de imaginar leitores críticos, imaginar um mundo em que Leite derramado seja eleito o melhor livro do ano.

Tem mais chance de virar realidade."

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Quem é melhor?


Quando escrevi sobre o filme "Quem Quer Ser Um Milionário?", abordei a semelhança com "Cidade de Deus". Dessa vez, o site norte-americano IMDB (especializado em cinema) resolveu promover uma enquete para tentar descobrir qual dos dois filmes o público prefere.

Resultado

Cidade de Deus - 37,1%
Quem Quer Ser Um Milionário? - 19,6%


Detalhe: Enquanto o filme de Dany Boyle recebeu oito Oscars, o filme brasileiro voltou com as mãos abanando na ocasião.

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Bush, segundo Oliver Stone


O diretor norte-americano Oliver Stone continua com sua saga sobre ex-presidentes dos EUA. Ele que já tinha dirigido "JFK" (1991) e "Nixon" (1995), agora está à frente de "W." que estreia hoje nos cinemas brasileiros.

Stone é um ferrenho crítico do governo de George W. Bush e, por conta disto, muitos esperavam que esse filme fosse muito mais bombástico do que realmente é. Há momentos em que fica parecendo que o diretor "pegou leve" com Bush filho.

Josh Brolin ("Onde os Fracos não tem Vez" e "Milk") interpreta o polêmico político ianque. Embora ele não seja tão parecido com Bush, seu olhar vago é idêntico ao do ex-presidente, sobretudo, em momentos de tensão. Vale lembrar que Brolin assumiu o papel pouco antes do início das filmagens, quando Christian Bale desistiu do projeto.

"W." mostra a vida de Bush, desde sua juventude até seus últimos anos de governo. Aborda a relação com Bush pai, os erros do governo, a vida pessoal e, claro, os milhares de mortos no Iraque. Já o 11 de Setembro é apenas sugerido.

Embora existam muitos fatos verídicos, este é um trabalho de ficção. Ele mistura fatos reais com coisas inventadas - porém, que poderiam muito bem ter acontecido. O mais importante é a mensagem que Stone passa através de seu longa: George W. Bush foi um bufão, um palhaço, um homem sem preparo para governar um país como os EUA.

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A Virada


Zeca Baleiro, Novos Baianos e Nação Zumbi são apenas algumas das apresentações imperdíveis da Virada Cultural deste ano. Confira os destaques da programação.

02/05 e 03/05

23h00 - Trio Mocotó (Av. Rio Branco)
00h00 - Marcelo Camelo (Av. São João)
00h00 - Tom Zé (Teatro Municipal)
00h10 - Camisa de Vênus (Pça. da República)
01h50 - Curumin (Sta. Efigênia)
02h10 - Velhas Virgens (Pça. da República)
03h00 - Chico César (Teatro Municipal)
06h50 - Matanza (Pça. da República)
08h30 - Vanguart (Pça. da República)
09h00 - Cordel do Fogo Encantado (Av. São João)
12h00 - Zeca Baleiro (Av. São João)
12h00 - Nação Zumbi (Pça. da República)
14h00 - Nasi (Pça. da República)
15h00 - Novos Baianos (Av. São João)
18h00 - Maria Rita (Av. São João)

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Uma boa estreia


O premiado roteirista Charlie Kaufman ("Quero ser John Malkovich" e "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças") estreia como diretor em "Sinédoque, Nova York", que entrou em cartaz na última sexta-feira (17/04). O filme ecoa os temas da atualidade nos EUA: paranóia, vício em medicamentos, temor da guerra.

O protagonista de "Sinédoque, Nova York" é o diretor de teatro Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman) que recebe uma carta, onde ele é premiado com um orçamento gordo para a montagem de uma peça. O diretor usa essa oportunidade para contar sua vida de fracassos, na esperança de reviver momentos e, até mesmo, de modificar algumas coisas. Dentro de um galpão, Caden Cotard constrói uma Nova York quase em tamanho natural, e ali passa anos tentando reduzir (ou aumentar, no caso) a sua peça até alcançar a perfeição.

O longa trabalha o mal-estar do personagem em ser consumido por sua própria criação. Há muitos textos, monólogos e tensão. Mas o principal é que Kaufman, assim como em seus roteiros, cria uma história complexa, onde mistura a ficção com a realidade. O filme tem momentos geniais e é muito inteligente. Muitos o classificaram como estranho. Mas os estranhos são os melhores! Com certeza Kaufman, que já era consagrado como roteirista, agora surge como um diretor promissor.

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A decadência de Caetano



Depois de reencontrar brilhantemente o rock em seu último álbum (), Caetano Veloso volta a decepcionar o público com seu novo trabalho. Zii e Zie - Transambas tinha tudo para ser perfeito, porém está bem longe disso.

Estamos numa época onde o samba está voltando a ser moda. Voltando a ser valorizado. Só que o samba (assim como o brasileiro) sempre se reinventa, ele nunca volta igual. E esse novo samba foi o ponto de partida para o novo álbum de Caetano - músico antenado que é. Mas, infelizmente ele não obteve o mesmo sucesso de outros músicos brasileiros como Tom Zé, Mundo Livre S/A e, mais recentemente, Curumin.

Bom, vamos às músicas. As faixas "Perdeu", "Falso Leblon" e "Lapa" se destacam. Já as outras músicas... elas se afogam num oceano de idéias super elaboradas e mal resolvidas.

Talvez a faixa "A Baía de Guantánamo" se salve. Mas somente porque ela nos remete ao belo clássico "Haiti". Mas, qualquer esperança some quando ouvimos a fraca "Lobão Tem Razão" e o quase axé "A Cor Amarela ou Menina da Ria". São músicas que fazem qualquer fã de Caetano ter que reconhecer a bela porcaria que é esse seu novo trabalho.

Embora continue louvável a decisão de um medalhão da MPB como Caetano experimentar novos caminhos, atualizando sua face experimental, faltam ao novo trabalho boas canções e um foco mais centrado.

era um álbum de letras pessoais, de momentos raivosos e intensos, de ecos no indie rock. Já Zii e Zie perde o foco ao ampliar seu campo de visão e suas tentativas de fazer “transambas".

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A enquete e o "Olha a água"


O blog Popload, do Lúcio Ribeiro, fez uma enquete sobre qual seria o show mais marcante no Brasil em todos os tempos. Só valiam bandas gringas.

1. Radiohead - 147 votos
2. Franz Ferdinand - 32 votos
3. Pearl Jam - 27 votos
4. Pixies - 19 votos
5. REM (em 2008) - 17 votos

Claro que as pessoas, naturalmente, são influenciadas pelos shows mais recentes. Além disso, a maioria dos leitores de Lúcio Ribeiro não chegaram a ver shows dos anos 70 e 80. Mas, de todo jeito, concordo plenamente com a primeira posição. Apenas incluiria U2 nessa lista.

Por falar na apresentação do Radiohead, acabei esquecendo de comentar uma coisa muito curiosa que rolou no show de São Paulo.

Quando a banda tocou a triste "Exit Music", o público ficou em silêncio, só ouvindo e admirando a bela canção. Eis que surge um ambulante e grita: "Olha a água". A resposta do silencioso público foi imediata - um "psiuuuuuuuuuuuu!" coletivo pro incoveniente trabalhador.

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Com vocês - o cãozinho dos teclados


Depois de Cazuza e de Zezé Di Camargo e Luciano, mais um grande nome da música brasileira ganhará vida nas telonas. Em breve, nossos olhos poderão assistir à biografia do cantor e político Frank Aguiar.

O longa com o título "Os Sonhos de um Sonhador - A História de Frank Aguiar" deve estrear ainda este ano, e contará com uma estrela global em seu elenco. Trata-se do ator Gustavo Leão, que interpretará o músico do Piauí em sua juventude. O ator de 22 anos iniciou sua carreira em "Floribella" (TV Bandeirantes) e já fez duas novelas na Rede Globo.

Vocês devem estar se perguntando - Qual ator viverá Frank Aguiar na fase adulta? Pasmem: Frank vai interpretar a ele mesmo. Para isso, ele terá aulas de interpretação.

Chico Anysio (tadinho do mestre) e Daniel Zettel também estão no elenco. Além deles, poderemos ver o pagodeiro Leandro Lehart e o sertanejo Hugo Alves (da dupla Hugo & Tiago) atuando.

A direção será de Caco Milano, que já dirigiu clipes do cantor anteriormente. O filme contará a história desde a infância de Francineto (nome verdadeiro do cantor), quando já ensaiava alguns acordes, as participações em diversos festivais, concursos, shows em bares, entre outras passagens de sua vida.

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NYT elogia produção Brasil-Uruguai


"O Banheiro do Papa", que foi lançado por aqui em 2007, recebeu essa semana um elogio do jornal The New York Times. A crítica Angélica Bito classificou o filme, que foi produzido por brasileiros e uruguaios, como "tocante".

A incrível história começa algumas poucas semanas antes da visita do papa João Paulo II a Melo, cidadezinha uruguaia quase na fronteira com o Brasil, em 1988. A presença do Sumo Pontífice causa furor na população do lugarejo, mas essa comoção não tem nada de religiosa. A visita atrairá 20 mil brasileiros ao lugar.

Toda essa brasileirada terá que comer, e Beto - um pequeno contrabandista - pensa além de seus compatriotas. Afinal, se os brasileiros vão comer tanto assim, terão que se aliviar. E é assim que Beto tem a brilhante idéia de construir o banheiro do Papa.

O filme foi dirigido por Enrique Fernandez e César Charlone (parceiro de longa data de Fernando Meirelles) e arrancou as seguintes palavras do jornal norte-americano: "bastante delicado, o drama aborda de forma sensível a pobreza dos moradores de Melo, além de exaltar sempre a presença da esperança em suas vidas, mesmo em meio à miséria, o que o aproxima bastante com a cultura brasileira".

O longa, que será lançado nos EUA nesta quarta-feira (15/04), ganha mais uma vez visibilidade na imprensa. Infelizmente, na época que foi lançado no Brasil, o filme não obteve muito sucesso nas bilheterias.

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A curiosa lista de Protógenes


Chegou a hora do ETcetera falar de política também. Ainda mais quando o assunto é do meu interesse.

Mais de 25 jornalistas foram acusados pelo delegado Protógenes Queiróz de participação em um esquema de conspiração em favor do banqueiro Daniel Dantas. Detalhe: até Mino Carta foi citado.

Os nomes dos jornalistas, cuja maioria atua em grandes veículos de comunicação, constavam de dois arquivos entre centenas de documentos digitais confiscados pela Corregedoria da PF nos computadores do delegado.

O relatório elaborado por Protógenes considera a possibilidade de que o banqueiro Daniel Dantas tenha arquitetado um esquema para corromper jornalistas e seus veículos para que todos atuassem a favor de seus objetivos. Seguindo este raciocínio, o delegado julgou que todos os jornalistas que produziram notícias sobre Daniel Dantas ou sobre o Opportunity acabaram por se tornar cúmplices do banqueiro.

De acordo com informações do site Consultor Jurídico, o documento elaborado por Queiroz cita os nomes de Luiz Antônio Cintra, Mino Carta (foto), Paolo Manzo e Sérgio Lírio, todos da revista Carta Capital. Da IstoÉ cita Hugo Marques, Luciana Sgarbi, Octavio Costa e Rodolfo Lago. Da IstoÉ Dinheiro aponta Adriana Nicacio, Gustavo Gantois e Leonardo Attuch.

Já do jornal Folha de S.Paulo, veículo que mais sofreu investigações por parte do delegado, foram sublinhados os nomes das jornalistas Andrea Michael, Elvira Lobato e Janaína Leite.

Da revista Veja são citados Diogo Mainardi, Alexandre Oltramani, Lauro Jardim e Consuelo Dieguez, que também atua pela Revista Piauí, bem como sua colega de publicação Daniela Pinheiro.

Agora, vamos pensar: Acusar a Veja até que dá para entender, mas sugerir que a Carta Capital e Mino Carta favoreciam Dantas???? Isso já é loucura! A revista sempre foi a única a denunciar o banqueiro. Muito estranho!

Vamos acompanhar...

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Wolverine X Jornalista


Que o filme "Wolverine" caiu na rede antes da hora, isso todos já sabem. A novidade é que dessa vez acharam alguém para culpar - Roger Friedman, o jornalista.

Num gesto certamente impensado, Friedman, que cobre entretenimento para a Fox News online, baixou e resenhou a cópia pirata. O problema foi que "alguém" da 20th Century Fox, que distribui o filme, ligou para "alguém" do site e exigiu a punição do jornalista por flagrante apologia do crime de pirataria.

Para por mais lenha nessa fogueira, o site HollyoodElsewhere informou que o presidente da Fox recebeu em seus escritório, dias antes do filme aparecer na Internet, um pacote com a cópia pirata do longa. Ou seja, um baita provocação!

E como polêmica pouca é bobagem quando o assunto é Hollyood, até o FBI entrou na história. A polícia federal dos EUA está procurando por pistas sobre o vazamento de "Wolverine", que já chegou à marca de 100 mil downloads.

O mais interessante é que tudo isso começou porque um funcionário assumiu, sem pudor, que comprou e assistiu a uma cópia pirata do filme. "É muito mais divertido que apanhar chuva para ir ver no cinema", foi o que o jornalista escreveu em sua coluna. O politicamente correto ainda impera na terra de Obama e a Fox não pensou duas vezes - rua para o jornalista!

Bom, essa discussão levaria horas e, infelizmente, não tenho tempo para isso. Preciso assistir a uma cópia pirata que baixei outro dia para fazer minha resenha pro blog...

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Cachorro Grande abrirá shows do Oasis


A banda Cachorro Grande vai abrir os shows do Oasis em sua passagem pelo Brasil, em maio. Os gaúchos estão confirmados na abertura dos shows de São Paulo, no dia 9, Curitiba, dia 10, e Porto Alegre, no dia 12.

O empresário da banda, Sérgio Peixoto, declarou à MTV que a apresentação no Rio de Janeiro, no dia 7, ainda não está confirmada, mas há chances deles tocarem por lá também.

A banda brasileira, que está finalizando seu quinto CD, ainda sem nome definido, foi pega de surpresa com o convite. Beto Bruno, que e fã confesso de Oasis, chegou a pensar que a notícia fosse um trote de 1º de abril.

Vale lembrar que o convite partiu dos próprios integrantes da banda Oasis, após ouvir algumas músicas da Cachorro Grande.

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O crime de Petit


Nos anos 70 um francês se equilibrou num cabo de ferro, suspenso entre as duas torres do World Trade Center, em Nova Iorque. O rapaz não usou nenhum equipamento de proteção e ainda fez piruetas e acrobacias sob o fio. Resultado - foi preso pela polícia americana.

Passados 34 anos do "crime", o cineasta James Marsh nos apresenta "O Equilibrista", documentário que revela os bastidores deste famoso incidente.

O documentário é construído como um filme de suspense, em que o público acompanha passo a passo a armação de Philippe Petit e seus amigos para alcançar seu sonho, enfrentando as autoridades e a força da gravidade de uma só vez.

São imagens de arquivo, entrevistas e reconstituições atuadas que ajudam a entender como esse homem transitou da diversão à obsessão, e desta para a realização do que parecia impossível e ainda parece. “Se eu morrer, será uma bela morte”, diz o protagonista a certa altura.

Com uma fotografia caprichada e uma trilha sonora encaixada à perfeição, “O Equilibrista” já provoca arrepios nas sequências iniciais, em que mostra imagens da construção das Torres Gêmeas, que 26 anos depois seriam palco do 11 de Setembro. É como assistir ao nascimento de uma criança já sabendo que ela terá uma morte trágica antes de atingir a vida adulta.

Ao contrário de muitos documentários, James Marsh não se detém no protagonista. Em vez de realizar um raio-x da personalidade de Philippe Petit e justificar suas motivações, ele prefere centrar a história na obsessão do equilibrista pelo WTC nos tempos áureos em que os edifícios eram o cartão postal de Manhattam.

Os momentos em que o cineasta “sublima” Petit na sua narrativa vemos um homem centrado, audacioso e extremamente autoconfiante. Na sua lógica ele fez aquilo não apenas porque era um sonho de adolescente, mas principalmente porque tinha certeza que podia. E mesmo sendo ele o personagem central desta trama é a sensação de nostalgia que compõe a aura do documentário.

Ganhador do Oscar de melhor documentário e premiado em outros tantos festivais e associações cinematográficas, "O Equilibrista" é um filme encantador que conquistou o carisma do público e da crítica.

O documentário faz parte do festival É Tudo Verdade e foi exibido em São Paulo no último dia 30. Porém, quem não conseguiu enfrentar a maratona de horários, basta esperar até a próxima quinta-feira (09/04) para conferir a estreia oficial nos cinemas.

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